Ao longo dos anos, aprendi que as tendências não se seguem. Observam-se, filtram-se e reinterpretam-se. As referências digitais que acompanho, as feiras internacionais que visito regularmente e o contacto próximo com as coleções dos fornecedores com quem trabalho permitem-me construir uma leitura muito clara sobre a evolução do design de interiores e perceber para onde as mudanças estão verdadeiramente a caminhar.
Quando cruzo todas essas influências, sinto que 2026 marca um ponto de viragem. Depois de um período prolongado dominado pela contenção, por paletas neutras e por um certo minimalismo emocional que ainda persiste, começa a emergir um desejo mais assumido de expressão, de identidade e de emoção nos espaços. Não se trata de excesso, mas de intenção. É exatamente nesse equilíbrio entre sofisticação e personalidade que escolho posicionar os meus projetos de design de interiores em Lisboa. Não sigo tendências de forma literal. Adapto-as à arquitetura, à cidade de Lisboa e, acima de tudo, às pessoas.
Lisboa tem uma relação muito própria com o design de interiores. A luz, a arquitetura, a mistura entre tradição e contemporaneidade criam um contexto único. Em 2026, a cidade afirma-se cada vez mais como uma referência no design de interiores contemporâneo, onde o luxo se define menos pela ostentação e mais pela sensibilidade, pelo conforto e pela forma como os espaços são vividos.
Sinto nos meus clientes uma vontade crescente de ir além do “bonito e intemporal”. Há um desejo claro de casas com alma, com caráter e com detalhes que façam sentido. O design de interiores de luxo em Lisboa passa a valorizar o gesto consciente, a escolha cuidada e os espaços que contam histórias reais.
O Neo Déco é uma das linguagens que mais me interessa para 2026. Não como uma reprodução literal do Art Déco clássico, que considero pesado e demasiado rígido, mas como uma reinterpretação mais suave, confortável e atual. Esta abordagem recupera a teatralidade e a sofisticação do passado, adaptando-as às exigências contemporâneas. Nos meus projetos de interiores em Lisboa, onde muitos apartamentos conjugam traça antiga com necessidades atuais, o Neo Déco permite criar um diálogo natural entre épocas. Vejo esta influência refletida em padrões icónicos como chevrons ou zigue-zagues usados de forma mais fluida, na presença pontual de metais como o latão ou o cromado, e no contraste entre superfícies polidas e materiais mais mate. O regresso de tecidos luxuosos, como veludos e sedas, bem como de tons profundos e envolventes, contribui para interiores mais ricos e sensoriais.
Outra tendência que ganha força é aquilo a que gosto de chamar humor sofisticado no design de interiores. Ambientes bem compostos, com bases neutras e intemporais, onde surge um elemento inesperado que quebra a previsibilidade.
Pode ser uma peça escultural, um grafismo assumido, uma risca exagerada ou um contraste cromático mais ousado. Gosto desta abordagem porque permite introduzir personalidade sem comprometer a longevidade do espaço.
Nos meus projetos de design de interiores em Lisboa, utilizo esta linguagem sobretudo quando os clientes procuram casas serenas, mas não impessoais. É uma forma elegante de surpreender, sem cansar.
O azul deixa definitivamente de ser um detalhe em 2026. Os azuis frios, profundos e saturados assumem-se como protagonistas no design de interiores. Gosto particularmente de os utilizar em paredes que pedem profundidade, em móveis à medida, portas, armários interiores ou cozinhas. O cool blue transmite serenidade, mas também presença. Em Lisboa, esta cor ganha uma expressão especial graças à luz natural da cidade, criando interiores simultaneamente calmos e sofisticados. Quando combinado com materiais naturais e tons terrosos, o azul traz equilíbrio, modernidade e um certo dramatismo muito próprio dos interiores urbanos contemporâneos.
Esta abordagem acompanha o meu trabalho há muitos anos e, curiosamente, começa agora a afirmar-se como tendência. Sempre valorizei a integração de peças artesanais, étnicas e únicas em ambientes contemporâneos ou clássicos. Mais do que uma estética, trata-se de dar significado aos espaços. Nos projetos de interiores em Lisboa, esta influência surge através de têxteis artesanais, objetos com história, materiais naturais e peças únicas que acrescentam profundidade e narrativa. Lisboa, pela sua herança multicultural, acolhe esta linguagem de forma muito natural. É uma forma de criar interiores personalizados, ricos e emocionalmente ligados a quem os habita.
Se há algo que se afirma claramente em 2026 é o regresso ao design de interiores à medida. Cada vez mais, os clientes procuram soluções pensadas especificamente para o seu modo de viver, para a arquitetura da casa e para o dia a dia real. O detalhe ganha um papel central. Desde um móvel desenhado de raiz, a um encaixe perfeito, à escolha de um puxador ou de um tecido, tudo contribui para a qualidade final do espaço. Nos meus projetos em Lisboa, o design à medida é imperativo mas não é um luxo, mas uma forma de garantir coerência, funcionalidade e identidade.
Para mim, a sustentabilidade no design de interiores não é uma tendência passageira. É um princípio. Em 2026, esta consciência está cada vez mais integrada de forma natural nos projetos. Escolha de materiais duráveis, valorização do que já existe, recurso a soluções responsáveis e atenção ao ciclo de vida dos materiais fazem sempre parte do meu processo criativo. Sustentabilidade é criar casas que durem, que envelheçam bem e que respeitem quem as habita e o contexto onde se inserem.
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